Corpus Christi

Nesta última quinta-feira todos usufruímos (ou a maioria) de um feriado.
Em casa na boa (já que não tinha combustível para viajar)... este ano um feriado atípico... feriado “pluct plact zum... não vai a lugar nenhum”, pessoal da geração mais velha vai entender melhor.
Espero que todos tenham aproveitado... mas vocês sabem que feriado é esse?
O que é Corpus Christi? O que representa? Quando surgiu? O que se comemora?

Alguém quer tentar adivinhar?

Desistem?

Mais uma chance... Nada.. (hehehe)

Pois bem ai esta ela: Por que apenas a Igreja Católica guarda Corpus Christi? (ohhhhh, ninguém adivinhou)
Para responder eu tenho uma explicação mais longa, e uma resumida.
Achei necessário... não.... curioso.... trazer este assunto para nós, já que ainda vivemos em um país com uma estirpe estatal denominacional, ou seja, o estado apesar de laico (sem denominação religiosa) não reclama de ter um feriado religioso em meio da semana. Vivemos em um país onde a cruz é questionada de estar na parede de um fórum - já que o estado é laico, mas um feriado no meio de semana não faz mal a ninguém, então porque questionar.

Vamos aos fatos: Como o nome diz nada mais é que a celebração da transformação material do pão em corpo de Cristo na Santa Ceia (doutrina Católica chamada de transubstanciação).
Observando esta definição já temos uma resposta.
De forma diferente, apenas a igreja Católica acredita na transformação da substância da matéria, os luteranos por exemplo acreditamos na presença real de Cristo, mas não na transformação dos elementos (pão se transforma em corpo, vinho se transforma em sangue, deixa de existir pão, deixa de existir vinho, passa a existir corpo (carne) e sangue).
Salientamos aqui as palavras de Cristo “isto é o meu corpo\sangue... não do significa, não lembra, não representa e sim é, assim Cristo nos mostra que não deixou de ser pão, nem tampouco deixou de ser vinho, mas que em, com e sob a forma de pão e vinho recebemos o verdadeiro corpo e sangue de Cristo. Não muda a substância, mas em conjunto por um ato de Deus e não de um ser humano recebemos os benefícios, ou malefícios já que se participar sem o ato de crer, somos culpados no corpo e sangue de Cristo. Não é a minha fé que me faz receber os elementos, mas Deus – assim se não tiver fé receberei para a minha condenação.
Sabendo disto, vamos observar a festa: conta lenda que um freira teve uma visão de uma mancha na lua e entendeu que era a falta de uma festa para o corpo de Cristo.
Assim a partir dali foi criado um ato de processional para a hóstia e todos a saudavam, aproveitou-se para incluir indulgências (benefícios recebidos em troca de dinheiro), lhes atribuíam milagres.
Não precisam concordar comigo. Não vejo com maus olhos lembrar-se de forma especial da Santa Ceia, meio pelo qual Cristo deixou sua presença mais próxima a nós. Meio pelo qual nos dá o fortalecimento de fé, perdão de pecados e certeza da salvação.
Não estou querendo adorar a hóstia, fazer procissão, atribuir-lhes milagres, as que nos sirva de convite a lembrar com um carinho especial para este sacramento
Como em todos os atos religiosos, o Corpus Christi virou uma banal adoção de outras coisas, esquecendo-se do principal.
No Natal o menino Jesus a muito foi substituído pelo Papai Noel, na Páscoa o Cristo ressurreto pelo coelhinho, a hóstia ou a presença de Cristo entre nós virou um bom feriado em uma baita quinta-feira, fabricação de tapetes onde se vangloria aquele que passa por eles e esqueceu-se do Cristo entre nós.
Não comemoramos este feriado, mas aproveito para instiga-los a lembrar da presença de Cristo entre nós na sua palavra e porque não em especial aqui nos sacramentos (batismo e Santa Ceia) a convidar a participar com respeito e fé.
Cristo morreu por nós, nos deu seu santo corpo e precioso sangue para o perdão de nossos pecados, vamos tomar para nós este benefício crendo nele, participando da Santa Ceia, ali encontramos no pão e no vinho o corpo e sangue de Cristo, sob a forma de pão e vinho o corpo e sangue de Cristo e com o pão e vinho o corpo e sangue de Cristo (em, com e sob). Não deixa de ser pão e vinho, mas em conjunto recebemos nada mais nada menos que o próprio Cristo.
E pensando bem, vejam a simplicidade de Cristo ao escolher os elementos materiais dos sacramentos: para o batismo água (fácil de encontrar), para a santa Ceia pão (fácil de encontrar) e vinho (na sua época ainda mais fácil, hoje... fácil de encontrar). Até nisto Cristo pensou em nós. Amém.

Ah já estava quase esquecendo: Esta explicação é resumida...

Abraços e Até sexta que Vem
Eli “Batatinha” Müller

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